sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Carrie 2.0

Imagem: Reprodução/Vanity Fair

Há cinco anos me tornei baixadora de séries. Isso mesmo, baixadora de séries (risos). Antes da TV por assinatura, me divertia aos domingos de manhã assistindo 'Três é Demais' (1987-1995), 'Eu, a Patroa e as Crianças' (2001-2005), 'Os pesadelos de Molly' (2001-2002), 'Popularidade' (1999-2001), entre outras. Também me aventurei com os dias agitados de Jack Bauer (24 Horas) e com os sobreviventes do voo da Oceanic 815 (Lost).

Foi em Salamanca que comecei a fazer os downloads, pois a internet era num piscar de olhos. Daí em diante, foi uma trama atrás da outra. Uma delas é 'Homeland (2011), que acompanho até hoje.

É fato que não estou mais na vida de baixadora - por causa do tempo e pela minha internet não colaborar muito – mas, sempre que posso, alugo e faça uma mini-maratona aqui em casa.

Em 'Homeland', acompanhamos os passos da agente da CIA Carrie Matthinson (Claire Danes) para provar que um soldado estadounidense, antes dado como morto, Nicholas Brody (Damian Lewis), trocou de lado e planeja um ataque terrorista em seu país. Em meio a isso, ela luta para esconder de todos que sofre de bipolaridade.

A condição de Carrie sempre foi um ponto-chave no drama. Vemos que ela não se importa com os meios para chegar aos fins. Este modo de agir tem relação com sua doença, pois crê que não é capaz de ter relacionamentos e vida saudáveis. Por isso, se entrega de corpo e alma a um trabalho perigoso.

Há poucos dias, aluguei a última temporada e me agradou por ter sido diferente das outras. O final do 4º ano deixou o caminho aberto, no entanto, não imaginava que os produtores quase a deixariam como coadjuvante. Me deparei com uma outra Carrie: feliz, apaixonada, altruísta. O trabalho não a define mais. Ser bipolar não parece ser problema.

Existem feridas, espinhos em nós que tentam dizer que não podemos ser felizes. E não digo a felicidade de casar, ter filhos, estar no emprego dos sonhos etc. Me refiro a felicidade de estar bem consigo mesmo, como a Carrie descobriu depois de quatro temporadas.

Acredito que Deus quer isso para nós, que sintamos bem conosco. Mesmo que a gente merecesse a condenação eterna pelo pecado de Adão, Ele entregou Jesus para morrer por nós. Mostrando que NADA é capaz de nos separar do Seu amor e do futuro tão maravilhoso que tem nos reservado no céu.

Uma vez li num livro que a forma que Deus nos olha é bem diferente da nossa. A gente se vê como eu quando estou sem óculos: embaçado. Porém os meus erros, os seus erros, os nossos erros não nos definem.


A felicidade está sempre de abraços abertos para nos envolver. Corramos até ela.