segunda-feira, 13 de junho de 2016

Aventurar é preciso

Imagem: Reprodução/Wikipédia

Sair da zona de conforto é um desafio. Afinal, em time que está ganhando não se mexe, não é mesmo? Às vezes sim, às vezes não. Nós, seres humanos, somos construídos a cada dia. Sonhos vêm e vão. Com a correria do dia a dia, focados em nossas obrigações, a gente pode acabar esquecendo de “viver”. E isto está relacionado em quebrar a rotina, em fazer algo diferente do que estamos acostumados.

Há quase quatro anos, aluguei o livro ‘O Hobbit’[1], de J. R. R. Tolkien. Assisti a trilogia do ‘O Senhor dos Anéis’ e estava empolgada – como milhares – a retornar ao mundo fantástico da Terra Média. Por isso, resolvi ler a obra para me “ambientar”. Não consegui cumprir a tarefa (Shame! – risos), porém, as poucas páginas que li me chamaram a atenção.

Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) é um hobbit que tem uma vida muito tranquila. Num piscar de olhos, se vê envolvido numa missão para acompanhar os anões - liderados por Thorin II (Richard Armitage) - até a Montanha Solitária para recuperar seus bens, roubados pelo dragão Smaug (Benedict Cumberbatch).

A cena em que os anões vão chegando de surpresa na casa de Bilbo, arrancou risos quando li e assisti no cinema. Ele fica atordoado com a invasão e tenta entender o que está acontecendo. Ao constatar que Gandalf (Ian Mckellen) quer incluí-lo no plano dos anões, Bilbo recusa de cara. Afinal, o que tem ele a ver com isso?

O objetivo do mago era tirar o hobbit daquela vida pacata, mostrá-lo que o mundo se estendia além das quatro paredes que conhecia. Foi esse ponto que me atraiu: a chance de se aventurar.

Desde pequenos, imaginamos como será nossa vida. A profissão que escolheremos, a idade que vou casar e com quem (incluindo artistas – risos), quantos e quais nomes nossos filhos terão, entre outros planos. E, mesmo numa vida superplanejada e certinha, vale a pena tirar as coisas do lugar para dar uma mexida dentro de nós. Isso vale para nosso próprio crescimento e serve como aprendizado.

Eclesiastes é um dos meus livros preferidos da Bíblia. Há passagens poéticas que são verdadeiras lições para todos nós. No capítulo 11, dos versículos 1 a 6, são citados acontecimentos que estão fora do nosso controle como, por exemplo, o caminho do vento, como são formados os ossos da grávida. Vejo nas entrelinhas que Deus fala para não ficarmos simplesmente parados, deixando a vida passar.

É necessário nos movimentar para fazer nosso coração acelerar, arrancar risos de uma situação improvável, passar uns perrengues para contar aos filhos e netos e deixá-los de olhos arregalados.

Não estou dizendo que devemos sair como loucos fazendo que vem à mente, longe disso. O Senhor nos deu a liberdade de fazer tudo que quisermos com moderação – e sabemos quais são os nossos limites.

Ao longo dos três filmes, testemunhamos como a jornada inesperada faz bem ao hobbit. Que sejamos Bilbo, não de vez em quando, mas sempre.






[1] Na literatura, a obra antecede ‘O Senhor dos Anéis’; no cinema foi transformada em trilogia. Os filmes foram lançados entre 2012 e 2014.

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