segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Além da cor da pele

Imagem: Reprodução/UOL


Aos 4, 5 anos assistia a minha primeira novela mexicana – sim, curto os dramalhões! - Carrossel. Lembro vagamente de algumas histórias, mas a mais conhecida era do amor de Cirilo por Maria Joaquina. Ele, um menino pobre e negro. Ela, uma garota rica e branca. Enquanto ele a amava, a garota o desprezava pela cor da pele. E a gente sofria por esse amor não correspondido e que tinha o preconceito como obstáculo.

Demorou para entender o que a palavra racismo significava. Na minha família temos origens indígena e negra. Há casais inter-raciais, primos loiros, mulatos. Temos amigos brancos, negros, descendentes de japoneses, enfim, de todas as tonalidades que imaginar. Meus pais nunca disseram para tratar o outro diferente só porque a pele dele é mais clara ou escura. Muito menos, que nos sentíssemos inferiores por sermos negros. Por isso, foi tão difícil detectar o racismo e saber que existe.

Mas ele existe e tem sido capaz de fazer vítimas. Vítimas que, muitas vezes, não tem a chance de se defender. Vítimas que são machucadas por palavras. Vítimas que tem reagido da mesma forma que seus algozes.

E mesmo que aqui, no Brasil, não tenha a mesma intensidade que em países europeus e Estados Unidos, ele acontece da pior maneira, a maneira silenciosa. É no olhar e no pensamento que reside.

Diante de tantas notícias sobre casos de racismo, lembro que Deus nem se importa com a cor que nos colore. Ele teve cuidado de fazer cada um à sua maneira, com características específicas. O nosso Pai não olha isso como alguns insistem em fazer (Romanos 2.11). Pelo contrário, olha o nosso coração, aquilo que tem nos motivado nossas ações.


Que flua de nós mais amor sem olhar a quem se dirige.

2 comentários:

  1. Eu nunca percebi nada de diferente em nós! Aprendi a te admirar tanto por sua capacidade de ter sabedoria para entender meus tenebrosos problemas de passado, que continuo achando(e tendo certeza) que somos iguaizinhas! Mas me achei aí heim! "Descendentes de japoneses" Olha eu aí! Hurulll

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A gente vê graça nas coisas que Deus faz. Permite que encontremos ao longo amigos com características e histórias parecidas, independente da cor da pele. Amo ser sua amiga e poder contar contigo.
      Sem dúvida, não poderia deixar de mencioná-la (risos).

      Excluir